Pesquisadora brasileira alcança recorde mundial de velocidade de internet em fibra óptica

9 de setembro de 2020
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A cientista conseguiu atingir a conexão de 178,08 TB por segundo, sendo possível baixar mil filmes em alta definição em instantes

Uma conexão tão veloz que baixaria mil filmes em alta definição, sendo eles, cada um de um disco Blue-Ray (25GB), em apenas 1 segundo.

Foi isso que a pesquisadora brasileira, Lídia Galdino, que atualmente é umas das engenheiras da University College de Londres, conseguiu ao estabelecer o recorde de transmissão de internet por fibra óptica, que chegou 178,08 TB/s (terabits por segundo).

A pesquisa foi realiza durante dois anos por cientistas da University College de Londres (UCL), com a liderança da engenheira brasileira. O avanço tem o potencial de alimentar a próxima geração de internet móvel, o 5G, além de acelerar a troca de dados em outras aplicações.

A velocidade chega perto do limite teórico de transmissão de dados definido pelo matemático Claude Shannon em 1949. O estudo foi publicado na edição de julho na revista “IEEE Photonics Technology Letters”.

A conexão estabelecida pelos pesquisadores é em média três vezes mais rápida do que as melhores conexões por fibra disponíveis comercialmente nos dias de hoje (60 Tb/s) e um quinto mais rápida do que o recorde anterior, obtido por pesquisadores no Japão (150 Tb/s).

Entendendo a pesquisa

Para atingir essa velocidade, Lídia e seu time trabalharam em duas frentes: uma física, de hardware, e outra no campo de software.

O primeiro passo foi desenvolver um amplificador de sinal aprimorado.

Em entrevista ao G1, a cientista explicou que os cabos de fibra óptica, que transmitem dados pela luz, precisam de amplificadores em intervalos determinados para que o sinal não perca qualidade.

A tecnologia criada permitiu otimizar os sinais e corrigir inconsistências entre frequências de luz. Assim, o novo amplificador alterna o brilho, fase e polarização dos diferentes comprimentos de onda (ou “cores”), carregando mais informações sem interferências.

Na outra ponta, do software, foi otimizada a codificação dos dados.

Pesquisadora brasileira, Lídia Galdino obteve o recorde de transmissão de dados em fibra óptica. — Foto: James Tye/UCL

Embora as duas tecnologias não sejam dependentes, foi a combinação que garantiu o novo recorde, obtido em uma infraestrutura com distância de 40 km.

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Vantagens do amplificador

A pesquisadora brasileira destaca que sua pesquisa tem uma vantagem econômica, já que seria possível instalar esses amplificadores na infraestrutura existente de fibra óptica.

Para obter mais velocidade, as operadoras poderiam melhorar os amplificadores existentes, presentes em intervalos de 40 km a 100 km de fibra, a um custo de cerca de US$ 21,1 mil (cerca de R$ 112 mil, na cotação atual) para cada unidade.

Ainda que pareça um valor alto, o custo de uma nova fibra é estimado pelos pesquisadores em US$ 594 mil (R$ 3,1 milhões) por quilômetro.

No artigo, os cientistas dizem que conseguiriam dobrar a velocidade de qualquer fibra do mundo.

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Texto adaptado. Fonte: G1