Reconhecimento facial ao vivo é demonstrado para polícias no Brasil

17 de maio de 2018
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A tecnologia de reconhecimento facial está virando uma ferramenta para departamentos policiais em todo o mundo. Enquanto os softwares levantam questões sobre privacidade e uso, especialistas de segurança costumam afirmar que essa tecnologia pode ser de grande ajuda no combate ao crime. Agora, a Gemalto está demonstrando o reconhecimento facial em tempo real no Brasil.

Uma das maiores empresas de serviços digitais do mundo, a Gemalto aposta na tecnologia para bancos e órgãos de segurança pública, indica o Mobile Time. Segundo Ricardo Abboud, gerente de marketing da Gemalto, a companhia já espera o lançamento de editais de departamentos da polícia civil para a contratação desse serviço.

Pelo mundo, um dos casos mais assustadores sobre o uso de reconhecimento facial vem da China. Por lá, o governo propaga uma vigilância de massa pesada: a ferramenta utilizada tem a capacidade de rastrear objetos e pessoas em tempo real, além do reconhecimento facial. O equipamento, chamado SenseVideo, é vendido para diversos propósitos, desde o marketing, vigilância, até controle social.

Recentemente, a polícia no Reino Unido divulgou que a tecnologia de reconhecimento facial registrou 92% de falso positivo em apenas um único evento. No local, as câmeras identificaram 2.470 pessoas como criminosos. O problema disso? 92% destas pessoas, 2.297, nunca cometeram qualquer tipo de crime registrado previamente pela polícia. Agora, juntando o falso positivo com um possível despreparo policial, não podemos esperar um resultado interessante.

Vale ainda notar que, recentemente, o metrô de São Paulo começou a utilizar softwares de reconhecimento facial em telas para vender publicidade aos usuários dos trens. Segundo o presidente da gerenciadora Via Quatro, Harald Zwetkoff, tudo é parte de um projeto experimental e já existem duas empresas que vão utilizar as telas para propaganda: a LG, gigante sul-coreana da tecnologia, e a companhia farmacêutica Hypera Pharma. Harald ainda comentou que as telas “não realizam identificação pessoal dos passageiros” e que “a tecnologia não grava, armazena imagens ou verifica os dados de indivíduos”.

Na questão do metrô, questões como “O que a Via Quatro faz para prevenir abusos?” e “Qual o tipo de segurança que previne a possibilidade das telas e portas serem hackeadas — para armazenar e captar até outros dados?” ainda não estão claras.

Reconhecimento facial da Gemalto

De acordo com a empresa, a tecnologia oferecida consegue identificar até 300 rostos em apenas um único quadro. “O sistema é tão bom quanto for a qualidade do cadastro. Em condições ideais, como em fotos de passaporte, o índice de acerto é de 99,4%”, diz Marcos Araújo, consultor técnico da empresa.

Chamado de LFIS (Live Face Identification System), o sistema tem uso voltado para a área de segurança e permite que a polícia busque criminosos cadastrados nos próprios sistemas. O sistema pode ser usado em locais de aglomeração, como eventos de futebol e shows.

 

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